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5 de maio de 2016

FLOR DO LÁCIO

Flor do Lácio é uma expressão usada para designar a Língua Portuguesa.
No soneto “Língua Portuguesa”, o poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918) escreve no primeiro verso “Última flor do Lácio, inculta e bela”, se referindo ao idioma Português como a última língua derivada do Latim Vulgar falado no Lácio, uma região italiana.
As línguas latinas (também chamadas de românicas ou neolatinas) são aquelas que derivaram do Latim, sendo as mais faladas: Francês, Espanhol, Italiano e Português.
O termo "inculta" usado pelo poeta, se refere ao Latim Vulgar falado por soldados, camponeses e camadas populares. Era diferente do Latim Clássico, empregado pelas classes superiores. Para Olavo Bilac, a Língua Portuguesa continuava a ser "bela", mesmo sendo originada de uma linguagem popular.
Soneto "Língua Portuguesa"
(Olavo Bilac)
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

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