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18 de maio de 2016

CASA E LAR


Há pessoas que confundem os conceitos de casa e lar. Casa é o aspecto físico, a moradia. É o prédio, rústico ou moderno, que abriga a família. O lar são as pessoas que a compõem.
Verdade é que passamos a maior parte da nossa vida em casa, com raras exceções. Se trabalharmos oito horas diárias significa que permanecemos fora do lar apenas a terça parte do dia. Dormimos em média outras oito horas, normalmente, em casa. Das oito restantes, acima da metade é dedicada ao aconchego da família.
Se considerarmos uma média de idade de pouco mais de setenta anos para a humanidade, e atentarmos para o fato de que parte desse tempo é absorvido por atividade laborativa, outra parte por férias e lazer, além de dormirmos cerca de um terço em média durante a nossa existência, forçoso é reconhecer que não nos sobra muito tempo para vivermos a nossa infância, a nossa adolescência, o vigor da nossa juventude, a beleza do casamento e a realidade da velhice.
Assim sendo, a vida deve ser vivida intensamente. E por isso o ambiente do lar deverá ser o mais aconchegante possível. Todos os membros da família têm o direito de se sentir bem em sua própria casa. E essa realidade ajuda também na educação dos filhos. A família que consegue manter a paz e o calor humano, ali circulando, é como um ímã (do bem) que atrai a todos: marido, mulher, filhos. E influencia até os amigos, os parentes e os vizinhos.
Muitos maridos preferem os botecos, os clubes, a pescaria e a companhia dos amigos à sua própria casa, sob a alegação de que “Lá em casa não tem clima”. E muitos filhos não encontram ambiente propício para o exercício do amor e do respeito, na família, e acabam buscando na rua a solução para os seus problemas, sendo maldosamente adotados por pessoas estranhas, às vezes mal intencionadas e inescrupulosas.
Imaginemos um poço de águas paradas. Cá de cima do barranco, deixemos cair sobre elas uma pequena pedra. Imediatamente ondas concêntricas vão se formando e, em pouco espaço de tempo, tomam todo o poço. Assim é o amor semeado no ambiente familiar. Aos poucos, vai penetrando no coração de cada um e, senão quando, o clima de paz, tranquilidade, respeito mútuo toma conta do lar.
Já escrevia São João da Cruz: “Onde não há amor, coloca amor e encontrarás amor”. A família é o lugar mais apropriado para se exercitar a prática do amor e chegar à perfeição, que é Deus. São Paulo exorta: “Mas, acima de tudo, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 14).
Portanto, o ambiente familiar é fundamental e decisivo para o bem-estar dos membros da família e a boa formação dos filhos. Havendo respeito no lar, o filho aprenderá, sem dificuldade alguma, a respeitar o seu semelhante, seja alguém do próprio grupo familiar seja uma visita que chega. Havendo paz e harmonia no relacionamento familiar, o filho assimilará com mais facilidade as virtudes que o transformarão em cidadão do bem. Mas quando o ambiente é o oposto de tudo isso, todas as conquistas familiares se tornam mais difíceis, podendo chegar até mesmo à desagregação.
(Do livro Família Feliz, de Elson G. Oliveira)

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