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28 de janeiro de 2015

DIÁLOGO NA FAMÍLIA

No relacionamento familiar, não só no que se refere a marido e mulher como também entre pais e filhos, é imprescindível que haja sempre diálogo como forma racional para discutir projetos e buscar solução para os impasses que surgem no dia a dia. Hoje os problemas da família não são mais resolvidos com imposições ou gritarias, mas, sim, mediante uma boa conversa e um bom diálogo.
Sabe-se que amor não é objeto da razão. Não se ama a pessoa escolhida, mas se descobre amando alguém. Nessas condições, é grande o número de casais que nunca deveriam estar juntos, quer pela incompatibilidade de gênios, quer pelas circunstâncias que envolvem o casamento. No entanto, conseguem levar avante com êxito a vida conjugal, porque formam o hábito de dialogar e encontram meios de cultivar seu amor. É o próprio amor que os impele a esse aprendizado.
Mas o que é mesmo diálogo? Pode ser aquela conversa sincera, calma e paciente, ou até mesmo franca, na qual ambos admitem perder a própria opinião e conceitos em busca de um ponto de vista final que será de ambos e não mais de um só. É o fazer-se um com o outro, a fim de que se concretize a promessa de Jesus: "Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." (Mt 18, 20).
À medida que um dos dois está pronto para renunciar às suas ideias e o outro o faz da mesma forma, estando ambos com o coração aberto e em nome de Jesus, aí a decisão que nasce é fruto de Jesus no meio e não da inteligência individual de qualquer deles.
É fácil promover ou sustentar um diálogo? Claro que não. Muito mais fácil é dar ordens, impor condições, fazer prevalecer os próprios pontos de vista. Dialogar significa perder ideias, ouvir pacientemente o que o outro tem a dizer, entender o que há de positivo nas suas contra-argumentações, penetrar na sua alma para compreender melhor.
Ninguém nasce com disposição e facilidade para dialogar. É preciso aprender, na prática. E como se trata de um exercício do dia a dia, é necessário haver insistência e humildade, como também local adequado, hora oportuna, respeito ao outro, mútua sinceridade e, principalmente, coragem para admitir os próprios erros e entender que é hora de mudar. O egoísmo manda que se exija do outro mudança de comportamento, de atitude, de mentalidade, de tratamento, ao passo que, primeiramente, é a própria pessoa que deve mudar. Se isso acontecer, isto é, se primeiro se muda, logo o outro se transformará também, contaminado que ficará pelo ato de amor que o atinge. Mesmo que demore um pouco, mas os efeitos do amor são irresistíveis.
Deus sempre se comunicou com o homem através do diálogo. Ele incentiva e fica aguardando a resposta do homem, para então retomar o diálogo. Foi assim na conversa com Adão e Eva, no episódio do fruto proibido; com Caim, depois da morte de Abel; com Moisés, na fuga do cativeiro do Egito. E assim por diante.

Se Deus, que é perfeito, não impõe nem ordena, mas dialoga e propõe, com muito mais razão nós humanos, que somos imperfeitos, temos a obrigação de promover a habitualidade do dialogar-se e jamais decidir pelo monólogo, dominar o outro ou resolver por ele.

Uma boa condição para o diálogo em família é que não haja interferência de terceiros. Problemas domésticos devem ser resolvidos na privacidade familiar. E quando se fala em terceiros, estão incluídos sogro, sogra, cunhados e outros. É como se apregoa: "Roupa suja se lava em casa". Pessoas outras ali por perto podem inibir a conversa ou provocar brigas e discussões desagradáveis. Quando a questão deve ser resolvida entre marido e mulher, é melhor que ambos saiam para conversar livremente, a sós. Foi a eles e não a terceiros que Deus concedeu a graça de discutir e resolver os seus problemas familiares. É deles e não de terceiros que será exigida prestação de contas sobre os deveres conjugais e os inerentes ao poder familiar.

Com relação aos filhos, para o adulto é sempre difícil baixar-se (ou elevar-se?) ao nível da criança ou do adolescente. Contudo, o bom diálogo exige esse pequeno esforço, que não chega a ser um sacrifício, especialmente dos pais para com os filhos. É preciso desarmar o coração e imprimir uma conversação tal que o filho entenda a mensagem que se quer transmitir e que se sinta à vontade para exprimir suas dificuldades e suas opiniões. Imaginar que os conceitos dos pais devem sempre prevalecer, por entender que os filhos nada sabem ainda da vida, é um grande erro. É subestimar o exercício da boa educação.
Diálogo, onde só um fala, não é diálogo, é monólogo. E diálogo, onde um ordena e não ouve o outro, também não é diálogo, mas, como se diz na expressão popular: "Diga logo!".
(DO LIVRO "FAMÍLIA FELIZ", de Elson G. Oliveira, à venda na Livraria Saraiva)

22 de janeiro de 2015

OS REPRESENTANTES DE SMPQ ANTES DA EMANCIPAÇÃO

Até a emancipação, São Miguel do Passa Quatro foi sempre voz ativa nas decisões políticas tomadas na sede do município, na cidade de Silvânia, através de um representante do povo, tendo conquistado uma vez a Vice Prefeitura com Florípio José Elias.
Foram os seguintes os políticos que representaram o povo passaquatrense nesse período:
·      Alcides Pereira de Castro, o primeiro deles, em duas legislaturas de Vereador (1954/1958-1962/1965);
·      Érico Josué Meirelles, Vereador (1959/1961);
·      Alípio José Assunção, Vereador (1966/1970);
·      Francisco de Souza (Chiquito), Vereador (1966/1970);
·      Florípio José Elias (Fefé), Vereador (1977/1982);
·      Manoel Martins de Carvalho, Vereador (1983/1988);
·      Florípio José Elias (Fefé), Vice-Prefeito de Silvânia (1983/1988).

20 de janeiro de 2015

A VIDA DE SÃO SEBASTIÃO

Sebastião nasceu em Narbônia, na Gália, atual França, mas foi criado por sua mãe em Milão, na Itália, de acordo com os registros de Santo Ambrósio. Pertencente a uma família cristã, foi batizado ainda pequenino.
Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do imperador Diocleciano. Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e protetor ativo dos cristãos. Ele fazia tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de RomaCromácio, e seu filho Tibúrcio foram convertidos por ele.
Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve então, que comparecer ante ao imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento. O imperador da época era ninguém menos que o sanguinário Diocleciano, que lhe dispensara admiração e confiara nele, esperando vê-lo em destacada posição no seu exército, numa brilhante carreira e por isso considerou-se traído.
Levado à sua presença, Sebastião não negou sua fé. O imperador lhe deu ainda uma chance para que escolhesse entre sua fé em Cristo e o seu posto no exército romano. Ele não titubeou, ficou mesmo com Cristo. A sentença foi imediata: deveria ser amarrado a uma árvore e executado a flechadas. Após a ordem ser executada, Sebastião foi dado como morto e ali mesmo abandonado, pela mesma guarda pretoriana que antes chefiara.
Entretanto, quando uma senhora cristã foi até o local à noite, pretendendo dar-lhe um túmulo digno encontrou-o vivo! Levou-o para casa e tratou de suas feridas até vê-lo curado. Depois, cumprindo o que lhe vinha da alma, ele mesmo se apresentou àquele imperador anunciando o poder de Nosso Senhor Jesus Cristo e censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado.
Perplexo e irado com tamanha ousadia, o sanguinário Diocleciano o entregou à guarda pretoriana após condená-lo, desta vez, ao martírio no Circo. Sebastião foi executado então com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro de 288. 
Os algozes cumpriram a ordem e, para evitar a sua veneração, foi jogado numa fossa, de onde a piedosa cristã Santa Luciana o tirou, para sepultá-lo junto de São Pedro São Paulo. Posteriormente, em 680, as relíquias foram transportadas solenemente para a Basílica de São Paulo Fora dos Muros, construída pelo imperador Constantino.
Naquela ocasião em Roma a peste vitimava muita gente, mas a terrível epidemia desapareceu na hora daquela transladação. Em outras ocasiões foi constatado o mesmo fato; em 1575 em Milão, e em 1599 em Lisboa, ambas ficando livres da peste pela intercessão do glorioso mártir São Sebastião.

14 de janeiro de 2015

Entrevistados do Programa do Dia 14-01-2015


QUEM SERÁ O VENCEDOR?

Há momentos na vida que pensamos em desistir, jogar tudo para o alto, esquecer, apagar da memória, não lembrar daquilo mais.
Mas fugir dos problemas não é a solução. As dificuldades do dia a dia existem e vão sempre existir. Vamos passar a vida inteira acovardados, com receio dos solavancos da vida? Não seria melhor aprendermos a conviver com as adversidades? Correr dos problemas é expediente utilizado pelos fracos e medrosos. E o medo de enfrentar a vida não nos leva a lugar nenhum.  
O ideal é buscarmos consolo em alguém que não nos acuse, que nos compreenda e realmente possa nos ajudar de verdade, sem nenhum interesse. Esse alguém é Deus. Ele, sim, nos conhece, sabe das nossas fraquezas, das nossas limitações, entende bem os nossos impulsos, as nossas reações e os nossos instintos.
Com Ele sempre poderemos contar, não importa as situações em que vivemos. Deus nunca nos abandonará. Nunca. Se em determinado momento de desespero chegamos ao cúmulo de dizer “Deus me abandonou!”, ao recobrarmos a lucidez devemos reafirmar que nesses momentos nós é que viramos as costas para Deus, não Ele para nós.
Vale ressaltar também que dentro de cada um de nós existe uma batalha sem trégua entre o instinto do bem e o instinto do mal. A pergunta é a seguinte: qual deles deverá ser o vencedor? Muita gente irá responder que o instinto do bem é que deverá vencer. Mas a resposta não é bem essa. O vencedor será sempre aquele instinto que você cultivar. Se você cultivar o bem ele vencerá; se você cultivar o mal ele será o vencedor. Boa sorte!

9 de janeiro de 2015

SÃO MIGUEL DO PASSA QUATRO TÓPICO III - VINTE E SETE ANOS DEPOIS

Passados 27 anos de sua emancipação político-administrativa, São Miguel do Passa Quatro é hoje um município consolidado, com bases firmes, edificadas em solo cuidadosamente preparado pelos seus pioneiros e regado e cultivado pelas gerações que os sucederam.
A vida se desenvolve aqui de maneira saudável. A proximidade de Goiânia é fator que favorece o seu crescimento, vez que recebe de lá os reflexos cada vez mais crescentes do progresso.
Observa-se claramente que, após o decurso de pouco mais de um quarto de século de autonomia, o município dá demonstração de que vem equacionando de maneira satisfatória os seus mais desafiantes problemas sociais, educacionais, de saúde, de transporte, de estruturação (urbana e rural) e de segurança.
Enfim, o Patrimônio de São Miguel do início do século XX, encravada nos confins do importante território bonfinense daquele tempo, que teve como referência a saga dos fazendeiros e a bravura de sua gente, desponta-se altaneiro e alvissareiro no cenário do Estado de Goiás e do Brasil como unidade federativa autônoma, com suas bases fincadas no seu solo consistente e fértil e no espírito empreendedor e intransigente de seu povo, a fim de desenvolver-se com galhardia e de forma ininterrupta neste novo milênio.
Sua economia baseia-se excepcionalmente na pecuária leiteira e na agricultura de grãos, concebidas dentro dos princípios da modernidade, bem como na pequena indústria e na existência de inúmeras empresas urbanas de micro e de pequeno porte, distribuídas pelos diversos setores econômicos de acordo não só com a conveniência de cada uma, mas em decorrência de uma política voltada para o bem comum.
A cidade é aconchegante e de clima saudável. Pequena em dimensão, mas bem distribuída segundo a sua linha vocacional de expansão. Suas ruas e avenidas são quase todas asfaltadas e limpas, além de belas praças localizadas em diversos pontos da urbe. Está encravada entre o Córrego das Vacas, pelo lado leste, e o Ribeirão Passa Quatro, pelo lado oeste, ambos de existência histórica.
A área territorial do município é de apenas 547km2, e a população não passa de 5 mil habitantes, o que por si só deixa transparecer a sua modéstia. A cidade, no entanto, oferece praticamente todos os confortos encontrados nos grandes centros urbanos, a começar pelo acesso à tecnologia de ponta, tanto nos diversos setores do poder público quanto dos diversificados empreendimentos da iniciativa privada.
No campo da saúde, possui um hospital público municipal para atender a demanda da população.
No setor da educação, o transporte gratuito de estudantes continua sendo um dos grandes investimentos do poder público, a fim de possibilitar às crianças, adolescentes e jovens que moram no campo acesso fácil aos estabelecimentos de ensino. Há ainda a facilidade de locomoção diária de estudantes universitários a expensas do poder público.
A qualidade de vida do povo passaquatrense pode ser classificada como muito boa em relação a outras cidades do interior do Brasil. Situa-se numa posição intermediária, abaixo dos padrões dos locais tidos como desenvolvidos, mas acima da média da maioria dos pequenos municípios brasileiros.
Pode-se afirmar com certeza que a vida em São Miguel do Passa Quatro é saudável, tranquila e apreciável, notadamente para quem elege como prioridade um estilo de vida sem estresse, longe do frenesi dos grandes centros urbanos. Não há abundância nem exuberância, contudo o percentual de miséria encontrado é quase inexistente.
As tardes-noites das praças, especialmente da Praça Sebastião Gonçalves da Silva, durante praticamente todas as estações do ano são tomadas por brisa leve e clima ameno, suave e deleitoso, que só o poeta no enlevo dos momentos de inspiração poderá descrever. As pessoas, na sua grande maioria, são amigas e hospitaleiras, e respeitam os migrantes ordeiros e afeitos ao trabalho que lá aportam.
Por fim, após 27 anos de autonomia, o povo roga tão somente aos detentores do poder e responsáveis diretos pelos destinos dessa promissora unidade federativa que invistam no desenvolvimento das potencialidades do município; que priorizem a boa formação e a qualidade de vida de seu povo, deixando de lado as picuinhas político-partidárias, que emperram o progresso; que coloquem em segundo plano a política que visa muito mais à vaidade pessoal do que às reais necessidades da coletividade.
O mais humilde cidadão passaquatrense não deseja que sua cidadezinha se transforme em metrópole. Seus anseios não chegam a tanto. O que realmente se pretende não é outra coisa senão conquistar uma melhor condição de vida, conseguir uma eficiente educação para sua prole e poder contar com uma assistência pronta e segura à saúde dos seus. Enfim, o que ele mais almeja é melhorar o seu padrão de vida e alcançar a sua realização como ser humano, morando orgulhosamente ali, na sua pequena, mas saudável São Miguel do Passa Quatro.
A chegada da Rádio São Miguel FM 87,9 tem sido motivo de orgulho a todos quantos respiram os ares da boa convivência, do livre exercício da cidadania, da comunicação alegre e útil e do entretenimento saudável e educativo. Tem-se mesmo um marco na vida da população, que abraçou as ondas sonoras da emissora como sendo um presente trazido pelas esperanças devotadas ao milênio que se inicia. A rádio é comunitária, administrada pela Associação dos Moradores de São Miguel do Passa Quatro. Entrementes, a população a tem como patrimônio de cada um dos moradores desta modesta, mas promissora cidade.
Parabéns, povo de São Miguel do Passa Quatro pelos 27 anos de feliz emancipação político-administrativa!...
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LEGISLATURA EM EXERCÍCIO (2013-2016)
Prefeito: Humberto Batista da Paixão
Vice-prefeito: Elson Gonçalves de Oliveira
Vereadores: Plínio José da Silva Almeida, Coldeci Borges da Silva, Ivo Aparecido Gomes, Helivaldo Luiz da Costa, Emerson Cícero Dias, Franksley Márcio de Araújo, Gilmar José da Costa, João Paulo Fogaça Pereira, Luciene Cristina Pereira, Luzia Maria Pires;
1º suplente: Ediana Mirelli Carlos da Rosa Corrêa;
2º suplente: Gilmar José da Costa.
NOTA: A suplente Ediana Mirelli Carlos da Rosa Corrêa assumiu o mandato no período de 18 de fevereiro a 18 de abril do ano de 2013, em substituição ao vereador João Paulo Fogaça Pereira, que entrou em gozo de licença; com a renúncia do vereador João Paulo Fogaça Pereira, ocorrida em 12 de agosto/13, a mesma suplente tomou posse como titular da cadeira, no dia 14 de agosto/13, permanecendo no cargo até o dia 23 de setembro/13, data em que, por força de decisão da Justiça Eleitoral, foi substituída pelo suplente Gilmar José da Costa.

8 de janeiro de 2015

SÃO MIGUEL DO PASSA QUATRO TÓPICO II – EMANCIPAÇÃO E INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO

O Município de São Miguel do Passa Quatro foi criado pela Lei Estadual nº 10.432, de 9 de janeiro de 1988.
O texto legal estabeleceu que o município criado somente seria instalado com a posse do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores eleitos simultaneamente com os dos municípios já existentes.
Assim, havia um lapso de tempo entre a criação do município (09.01.1988) e a posse dos eleitos, que só aconteceria em 1º de janeiro de 1989, após as eleições. Desta forma, o novo município passou a existir no cenário da Federação, mas sem ostentar o status de município, o que viria quando os eleitos tomassem posse de seus mandatos.
Foi um período muito difícil, porque o município existia, mas não existia, isto é, São Miguel do Passa Quatro já estava emancipado, porém administrativamente continuava pertencendo a Silvânia, que já não devotava nenhum interesse pela nova unidade federativa que havia saído de sua tutela. Foi um ano inteiro de euforia, de festa, de preparativos, porém ao mesmo tempo, de orfandade.
A tensão intensificou-se ainda mais em decorrência do recurso interposto contra a criação do município. Um desalento generalizado. O povo foi tomado pela dúvida e pela descrença, já que a lei poderia ser derrubada a qualquer momento e o novo município deixaria de existir prematuramente.
Mesmo assim, em meio a essas incertezas, a campanha para os cargos majoritários e proporcionais estava nas ruas. As eleições aconteceriam no dia 15 de novembro daquele ano de 1888 e ninguém sabia ao certo se realmente haveria as tais eleições e se a criação do município ia vingar.
Assim foi que pouco antes das eleições, precisamente na data de 12 de outubro de 1988, a grande notícia: em sessão daquele dia o Supremo Tribunal Federal confirmou a emancipação, com base na nova Constituição Federal que estabelecia que a criação e os desmembramentos de municípios eram de competência dos Estados.
O Deputado Federal João Natal, autor da proposta de emancipação, teve participação decisiva nesse processo, dando-nos o respaldo necessário.
A partir daí, a população passou a viver um clima de euforia sem igual, porque via o sonho realizar-se. Todos acompanhavam com grande interesse o desenrolar dos fatos e era parte integrante deles. Os mais idosos permaneciam pasmos diante da realidade, mas esperançosos, e os mais reticentes e pessimistas desabrochavam-se em contentamento. As crianças e os jovens eram o retrato da alegria, alheios às dificuldades que viriam em consequência do ato emancipador.
De nossa parte, apesar da satisfação que invadia nossa alma, pelo fato de termos sido eleitos como primeiro prefeito, éramos às vezes alcançado por momentos de preocupação, porque sabíamos que o desafio tinha uma dimensão tal que poderia ser superior à nossa força. Festejávamos com o povo, porém com os pés no chão, cônscio da enorme responsabilidade que pesava sobre nossos ombros.
Com o sucesso das urnas e passada a fase de festas e comemorações, era preciso começar a pensar no mais difícil: a administração municipal. Os nossos projetos administrativos foram concebidos antes mesmo da campanha, porém havia chegado o momento de colocá-los em prática. O desafio era grande, disso estávamos consciente. E partimos para a luta.
A realidade mostrava-nos que devíamos começar do nada. E do nada começamos, sempre com muita fé em Deus e contando com a intercessão valiosa de São Miguel.
O local de funcionamento da Prefeitura e da Câmara foi a nossa primeira preocupação. Demo-nos conta de que para iniciar nossa administração não tínhamos uma caneta para assinar os primeiros atos, nem uma vassoura para varrer, nem tampouco uma cadeira para sentar, e muito menos um local para assentar os órgãos que comporiam a administração municipal.
A primeira iniciativa foi instar com o Secretário Estadual da Educação, em Goiânia, que gentilmente nos cedeu o antigo pavilhão do Colégio local a fim de que pudéssemos fazer as adaptações necessárias, com vistas a instalar os órgãos públicos municipais. Mas como providenciar essas instalações se não havia dinheiro?
A constatação crua e nua era a de que o novo município não tinha receita tributária ainda. Era um município florescente, porém vinculado apenas à própria lei de sua emancipação.
Para a instalação dos Poderes Executivo e Legislativo era preciso promover a adaptação do acanhado prédio e o fizemos através dos serviços de divisórias, separando primeiramente os dois Poderes e, depois, dividindo as salas internas para abrigarem o gabinete do Prefeito, a sala da Secretaria, da Tesouraria e uma sala de espera.
O município não dispunha de recursos nem para ensaiar os seus primeiros passos. Tudo foi comprado a prazo: divisórias, móveis, utensílios em geral e serviços, e tudo mais que se fazia indispensável. Ficamos sem nenhuma receita desde o dia 1º de janeiro de 1989 até 18 de março do mesmo ano, quando chegou o primeiro repasse do FPM.
Era necessário e imperioso escolher a primeira equipe de trabalho que iria dar suporte à instalação do jovem município e executar conosco os projetos já delineados e muitos deles definidos. A cidade não contava com muitos recursos humanos disponíveis, porém preferimos investir nas pessoas do lugar. Para isso usamos os critérios da escolaridade e da aptidão para cada área, princípios esses que nos levaram a aproveitar grande parte dos alunos concluintes de 2º grau que naquele ano terminavam seus estudos na vizinha cidade de Cristianópolis, já que o ensino local não ia além do fundamental.
E foi assim que tudo começou.
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PRIMEIRA LEGISLATURA (1989-1992)
Prefeito: Elson Gonçalves de Oliveira
Vice-prefeito: Márcio Cecílio Ceciliano
Vereadores: Domingos Rodrigues Pereira, Manoel Tobias da Silva, Edson Dias, César Antônio de Oliveira, Gilmar Pereira de Souza, Geraldo José de Carvalho, José Alonso de Carvalho, Valdivino Inácio de Carvalho, Valter Martins de Carvalho; 1º suplente: Sebastião Tavares de Aleluia; 2º suplente: João Batista de Carvalho.

7 de janeiro de 2015

SÃO MIGUEL DO PASSA QUATRO TÓPICO I - O SURGIMENTO DA POVOAÇÃO

No início do século passado, toda a região que abrangia a Água Vermelha, Aborrecido, Gamela, Passa Quatro, Rio dos Bois, Matoso era coberta por matas virgens, cerrados fechados e campos limpos, e bichos silvestres. Havia pouca gente, distribuída por algumas fazendas já estabelecidas. O único trabalho existente era o desbravamento do sertão, a fim de abrir lavoura e organizar fazendas, com sede, construção de cercas de arame e pastagem para a criação de gado.
Ninguém falava ainda em erigir uma povoação na redondeza, porém o desconforto já se fazia sentir de forma preocupante. Debatia-se a questão da quase inexistência (e da precariedade) de bens e serviços, medicamentos e tecidos para o consumo da população rurícola, bem como produtos de primeira necessidade para o desenvolvimento do trabalho nas fazendas, principalmente arame e sal, que só eram encontrados em localidades distantes. E além do mais, a aquisição desses produtos era dificultada pela falta de estradas e pela ineficiência dos meios de transporte. Estes, os transportes, se faziam no lombo de cavalos ou em carros de bois e muitas vezes a pé.
No campo da educação, a grande maioria dos habitantes da região era analfabeta. Não havia es-cola nem mesmo uma conscientização a respeito do assunto.
A saúde era precária. Somente nas cidades como Bonfim, Campo Formoso, Bela Vista, numa distância de beira de oito léguas, que o socorro era buscado.
As causas das mortes normalmente eram: morte repentina, quando a pessoa morria de repente sem causa conhecida; morte por sangramento, quando não se conseguia estancar o sangue da parturiente ou do acidentado; morte de dor, quando o doente agonizava até o fim sem nada que aplacasse os seus ais; colapso, quando o doente que sofria do coração morria de ataque fulminante; congestão, se a morte tinha como origem algum mal do estômago. Lombriga, então, era difícil encontrar alguém que não estivesse infetado.
Uma das maiores dificuldades era quando morria um vivente, pois o sepultamento tinha de ser feito nas cidades de Bonfim ou Campo Formoso, distantes beira de oito léguas.
No ano de 1923 foi autorizada a construção do cemitério na localidade em que hoje se encontra hoje a Praça da Bíblia.
Ali por volta de 1928, já pronto o cemitério cuja construção fora autorizada pela Paró-quia de N. S. do Bonfim no início de 1923, e em volta dele algumas pouquíssimas casas, os fazendeiros da redondeza decidiram levantar ali uma povoação em louvor a São Miguel Arcanjo. E a referência que se dava à povoação já era o Rio Passa Quatro, razão pela qual, com o uso, o povoado passou a ser denominado pelo povo como “São Miguel do Passa Quatro”.
Diz-se ainda que Felipe Luiz de Carvalho, mais conhecido na época por Felipe da Costa, e sua mulher, dona Antônia Pinto de Carvalho (Dona Antoninha), ambos já falecidos, teriam adquirido as terras onde hoje se acha a cidade, doando-as à Igreja, para então erguer-se o povoado. Porém a aquisição teria sido apenas verbal e somente cerca de dez anos depois se cogitou de providenciar a documentação. Foi então lavrada uma escritura em manuscrito e a título particular, assinada pelas partes, em Goiânia-GO, no dia 19 de agosto de 1938, e levada a registro no cartório imobiliário de Bonfim no mês seguinte.
Embora os documentos silenciem a respeito de maiores detalhes, tem-se que, segundo fontes seguras, na data de 29 de setembro de 1939 foi fincada a pedra fundamental para a construção do prédio da Igreja Católica. Consistia em uma pequena pedra de laje, de uns cinquenta centímetros, devendo estar localizada debaixo do piso cimentado do antigo prédio da capela, à frente e do lado esquerdo de quem se posiciona dentro dela e com frente para a rua.
Outra omissão do documento oficial é o cruzeiro da praça, que também foi erguido nesse mesmo dia, para se constituir não só num marco histórico do lugar, como principalmente para simbolizar a fé, em testemunho visível de que a povoação nasceu sob o signo da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.

6 de janeiro de 2015

A FOLIA DE REIS E OS MAGOS

A folia de reis é uma festa católica que celebra os Três Reis Magos. Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro, que, em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal. No estado do Rio de Janeiro, no Brasil, os grupos realizam folias até o dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, o padroeiro do Estado.
Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo. Essas manifestações festivas estendiam-se até a data consagrada aos Reis Magos, 6 de janeiro.
Trata-se de uma tradição originária da Espanha que ganhou força especialmente no século XIX e que se mantém viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São PauloMinas GeraisBahiaEspírito SantoParanáRio de JaneiroGoiás, dentre outros.
Os magos eram homens guerreiros, estudiosos da ciência e conhecedores dos astros. Um deles, Gaspar, era um eterno observador do céu estrelado. E foi pelos astros que eles receberam o aviso do nascimento de Jesus. E foram eles também que levaram a bela notícia até Jerusalém, indagando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.  
Ao encontrarem o Deus Menino, ajoelharam-se e adoraram-No como os príncipes do oriente adoravam os seus deuses. E ofereceram ao Filho de Maria, como tributo de vassalagem, ouro, incenso e mirra.